8 de out. de 2013

A Última Herdeira: XVIII


   O combinado foi que Manuela e Augusto ficariam invisíveis e Lucas distrairia os guardas, para os dois poderem procurar a caixa marrom em todos os lugares da clínica. Mas na situação em que se encontravam, Lucas precisaria apenas tentar derrubar os guardas e manter todos os pacientes juntos. A menina procuraria a caixa em todos os cômodos na metade de cima, e o menino na metade de baixo do prédio. Os irmãos se imaginaram invisíveis, e ficaram. Enquanto eles corriam para o prédio, a garota disse:
   - Lembre-se: a caixa marrom não está nem nos nossos dormitórios, nem na sala do diretor!
   -Já falei que acho inútil estarmos aqui procurando essa tal caixa? Ela foi roubada, poxa! Vamos fazer um feitiço, pegar todos os pacientes e dar o fora daqui! Pra que essa caixa?
   -Ela esconde algo muito importante, e nós precisamos descobrir o que é. Para mim, se procurarmos bem, poderemos encontrar pelo menos uma pista de onde esta caixa está. Agora vamos, e deixe seu celular ligado!- Disse ela enquanto entrava no elevador.
   Ela procurou em todos cômodos, por cerca de duas horas, mas não achou a caixa. Ela estava no último andar, o andar que ficava a sala do diretor. A menina sabia que a caixa não estava lá, mas poderia encontrar alguma coisa importante, por isso decidiu que o melhor era entrar na sala e mexer em tudo. Quando entrou na sala, aquele cheiro de alho lhe causou ânsia de vômito, de tão forte que era. Mas ela tentou se concentrar na busca por algo importante.
   Revirou todas as gavetas, jogou todos os papeis no chão, abriu portas de armários que não estavam trancadas, tirou os móveis do lugar, abriu pastas, e fez tudo o que pôde para encontrar o que procurava. Quando ela estava saindo da sala, seu celular tocou, e ela viu que era seu irmão. Atendeu imediatamente.
   -Manu, eu estou aqui no último andar. Vim pra cá porque não achei nada nos outros cômodos. Entrei no quarto da Patrícia e adivinha... achei um cofre que estava escondido embaixo do tapete. Mas não tem como abri-lo. Não tem senha ou chave, e eu tentei usar feitiços, mas nada abre esse cofre. Para mim, a caixa marrom está aqui dentro, bem protegida contra seres que querem destruí-la.
   -Mas se não é possível abrir esse cofre, ele é inútil, e nós precisamos de coisa uteis. Eu estou na sala do diretor. Revirei tudo por aqui, mas não encontrei nada. Falta um armário, mas ele esta trancado, e agora eu acho que nem vou perder tempo tentando abri-lo, já que achou o cofre.
   -Não, Manu. Abra-o se conseguir, e veja o que tem dentro. Se tudo estava aberto e só esse armário estava trancado, é porque aí dentro tem alguma coisa muito importante...- O celular do menino começou a registrar uma nova chamada, e ele atendeu.
   -Augusto, eu preciso da sua ajuda! Estou preso na cozinha. Estou segurando a porta aqui, porque os pacientes estão pressionando-a para abrir, e os guardas estão atirando aqui dentro. Minha vontade era de derrubar a parede contra todos eles, mas se eu fosse fazer isso, enquanto eu estivesse empurrando a parede, o outro grupo me pegaria. Então venha me ajudar, por favor!
   -Estou indo, aguente firme!- Augusto desligou a chamada com o lucas e voltou para a irmã- Desculpe, era o Lucas. Ele está em perigo, preciso ir ajudá-lo. Agora a tarefa de descobrir como se abre esse cofre fica em suas mãos. Cuidado.- Ele desligou.
   Manuela ficou em pânico só de imaginar o que estaria acontecendo com seu amigo e seu irmão. Mas mesmo preocupada, ela tentou focar no armário trancado da sala do diretor. Ela imaginou as portas do armário abertas, e segundos depois, abertas elas estavam. A bruxa deu uma breve olhada de cima para baixo até seus olhos pararem em um objeto. Uma caixa de alho marrom.
   Ela correu para pegar o objeto, e quando pôs suas mãos que estavam frias e suadas na caixa, ela sentiu como se tudo estivesse bem. Quando abriu a caixa, não viu nada além de cabeças de alho. Ficou tão irritada que jogou tudo contra a cadeira do diretor. Sentou no chão e começou a chorar de raiva por ter se arriscado tanto, para no final saber que na caixa havia apenas alho.
   Mas logo ela pensou que estava agindo errado sentada ali. Ela deveria se levantar e ir ajudar Lucas e Augusto. Quando ela abriu os olhos, algo no chão, próximo aos alhos lhe roubou toda a atenção. Era um pedra chamada ágata preta. Ela pegou a pedra e correu para o quarto de patrícia. Quando chegou ao local, viu que tudo estava revirado. E no chão, havia um cofre fechado. Aproximou-se e olhou para a fechadura. Somente um objeto pequeno e pontudo poderia abri-lo. Pegou a pedra e observou que a pequena pedra escura tinha uma ponta, e seu tamanho correspondia ao da fechadura. Imediatamente colocou a ágata na fechadura, e com um estalo, a porta do cofre abriu-se.
   O que estava dentro era algo que fez todos os pelos do corpo da garota se eriçarem. O cofre guardava uma bomba relógio. A visão de Manuela ficou embaçada e um dor de cabeça tomou conta dela. Ela sabia que quando isso acontecia era porque Hexe estava prestes a dar algum recado. E ela acertou.
   -Muito bem, você encontrou a caixa marrom, descobriu o que havia dentro, e o que devia ser feito com a ágata preta. Agora você precisa fazer o obvio. Destrua tudo. Rápido.- A dor de cabeça parou, e a visão da menina voltou ao normal assim que Hexe parou de falar.
   Ela não sabia ao certo como programar a bomba, por isso tentou usar seus poderes. Ela imaginou a bomba programada para explodir em quarenta minutos, e quando viu, a bomba não estava programada. Outro objeto à prova de magia. Então tentou programar a bomba do jeito normal. Conseguiu programar para explodir dentro dos quarenta minutos. A garota correu para o elevador, ela precisava ajudar os meninos.
   Quando chegou no pátio viu Augusto conversando com Olavo, enquanto os pacientes estavam presos por uma linha azul e Lucas lia um papel. Ela sabia o que o amigo estava fazendo: conferindo os nomes dos pacientes para ver se todos estavam ali. Ela foi ao encontrou do irmão e do vampiro.
   -Olavo, como você está?- Perguntou a garota.
   -Estou bem. Mas vou ao laboratório pegar o aparelho que tira os chipes dos pescoços deles, e já aproveito e ajudo Thomas. O diretor e a Patrícia foram embora com um helicóptero, e deixaram o coitado ferido lá embaixo. Eles levaram todos os aparelhos que implanta e remove chipes, porém Thomas foi muito sagaz ao esconder um dos aparelhos.
   -Mas ele não é do lado deles?
   -Quando estava sob efeito do chipe, sim. Eu descobri que implantaram um nele assim que ele descobriu a verdade sobre esse lugar. Patrícia não usa um chipe, ela é perversa mesmo. Antes que me pergunte, o chipe não funciona apenas em pessoas sobrenaturais. E os soldados, que agora estão embaixo do muro que o Lucas derrubou, não sabiam que essa clínica pretendia controlar as pessoas especiais. Eles achavam que era um senatório. No fundo tenho dó deles.
   -Então tá, você vai lá embaixo e pega o Thomas e o aparelho, O Lucas pega os guardas que ele segurou, você, Augusto, vai levar todo mundo pra fora, e eu vou removendo os chipes. Mas nós temos apenas trinta minutos para fazer isso. Era uma bomba relógio que estava dentro do cofre. Eu achei a caixa marrom na sala do diretor, e tinha um pedra que abria o cofre. Programei a bomba para explodir em quarenta minutos, mas dez já foram.
   Os dois concordaram e foram fazer o que lhes foi designado. Lucas retirou os escombros do muro de cima dos homens e quando retirou tudo, Manuela usou seus poderes para colocá-los em uma rua longe da clínica. Olavo foi ao laboratório, pegou Thomas e o ajudou a sair da clínica, depois de entregar o aparelho ao Augusto. Ele conseguiu tirar o chipe de todos em tempo, e após isso, todos saíram da clínica.Quando estavam a uma distância de três quarteirões, Uma das pacientes de apenas dez anos começou correr no sentido da clínica. Augusto sem pensar duas vezes correu atrás da menina.
   -Onde você está indo? A bomba vai explodir em cinco minutos, e nós ainda estamos muio perto da clínica! Nós combinamos que para tirar todas as pessoas da clínica, precisaríamos correr muito, e você está voltando pra lá?
   -A Paulinha está correndo pra lá, preciso ajudá-la. Não sei porque ela está indo, mas acho que é o ursinho dela. Ela nunca dorme sem. É uma criança, não intende o risco que corre, e eu preciso ir. Corra com eles para o mais longe que puder. Eu uso magia para me salvar. Confie em mim.
   Ele correu atrás da menina, e Manuela, viu que havia ficado para trás. Os vampiros são rápidos, por isso estava longe. Os guardas haviam sido transportados por magia, para um lugar longe, também estavam salvos. Os outros estavam correndo, e estavam bem a frente dela. A clínica ficava em um local afastado da cidade, por isso não havia nenhuma pessoa próxima dali, além deles. Ela também correu.
   Após um tempo correndo atrás de todo mundo, ela sentiu um tremor e ouviu o barulho da explosão. Virou para trás para ver como a clínica estava. Fogo. Uma clínica que havia uma hora estava cheia de gente, agora estava vazia e queimando sob o fogo da bomba. Manuela sentiu um alívio em saber que havia cumprido sua missão. Ela salvou todo mundo e destruiu o lugar. Procurou seu irmão para comemorar o acontecido, mas lembrou que Augusto havia voltado para a clínica atrás da Paulinha.
   Sem se controlar, a menina começou chorar desesperadamente. Todo o sentimento de missão cumprida acabou ao saber que ela havia programado a bomba que matou seu irmão e uma criança. Augusto estava morto e a culpa era toda dela. Ela nunca mais seria feliz na vida. Conheceu seu irmão e não conviveu com ele nem por seis meses, e ele estava morto. Uma pessoa tão boa, que sacrificou a própria vida para salvar outra. 
   Ela deveria ter ido, para salvar não só Paulinha, mas também Augusto. Estava se sentindo tão infeliz, tão triste, como contaria isso ao seu pai? E como roberto sobreviveria sem seu único filho e sem a mulher que sempre amou? Ela estava enlouquecendo, não queria fazer nada além de chorar e gritar. Queria morrer. A dor era insuportável, e ela não podia voltar no tempo para consertar seu erro. Devia ter programado a bomba para explodir em uma hora, assim evitaria tudo. Ela estava caída no chão gritando e chorando. Lucas, Thomas e Olavo foram até a menina e perguntaram o que havia acontecido.
   -Ele morreu. Augusto morreu...
   -Como assim ele morreu? Ele estava junto conosco.-Disse Lucas.
   -A Paulinha voltou para a clínica atrás do ursinho dela, e ele foi atrás. Eu matei meu irmão. Eu devia ter programado a bomba para explodir em uma hora e não em quarenta minutos. Eu devia ter ido atrás da menina, ter salvado o meu irmão. Eu. É tudo minha culpa! Ele está morto e eu nunca mais irei vê-lo novamente. E eu não convivi com ele nem por seis meses. E meu pai vai entrar em depressão, e tudo isso é minha culpa!
   -A culpa não é sua. Ele foi porque devia ir, essa era a missão dele, e ele cumpriu. Ele não morreu em vão, e você precisa fazer a morte dele ter valido a pena. Foi você que me disse isso quando a Vitória morreu. Ele te amava, e do mesmo jeito que ela aparece em sonhos pra você, ele também vai aparecer. E ele estará junto de sua mãe.
   -Eu estraguei tudo. Eu não quero mais lutar, eu não ligo pra mais nada, não ligo se tem algo muito maior para acontecer! Eu quero o meu irmão agora!- Ela saiu correndo, e os rapazes correram atrás dela e a seguraram pelos braços- Me larguem, eu não quero mais nada, deixem eu andar por aí, todo mundo foi pra alguma lugar. Deixem eu ir para o lugar que eu quero.- Ela saiu e eles respeitaram a vontade da amiga.


Continua na próxima temporada "As sete pedras"...
   

   



   
   

6 de out. de 2013

A Última Herdeira: XVII


   Após tomar água, ela foi até a sala e sentou-se no sofá. Como ela ia adiantar o plano, ela não sabia. Pois, além do fato de que o plano não estava pronto, eles estavam se programando para colocá-lo em prática dali a uma semana. Mas Olavo não tinha nem algumas horas, muito menos uma semana. Manuela tentou lembrar de Olavo.
   Ela imaginava que ele era bem animado, pois sempre que olhava para o garoto, ele estava rindo e fazendo piada. Na verdade, ela sempre o considerou babaca. Ele fazia muito sucesso com as meninas. Era alto, magro com músculo definidos, tinha o cabelo liso e loiro escuro, que estava sempre espetado, a pele bronzeada, e ele tinha um sorriso torto. Ele era bonito de um jeito diferente. 
   Mas ela nunca chegou a conversar com ele. O dia que mais trocaram palavras foi quando se cumprimentaram no dia em que ela chegou na clínica. A menina já tinha flagrado ele olhando em sua direção durante algumas refeições, e isso a intrigava. Mas ela nunca perdeu mais de dois minutos pensando nele, tantas coisas importantes para pensar...
   Mesmo que não simpatizava com ele, precisava ajudá-lo, afinal, o vampiro estava do lado do bem. Do lado deles. Ele estava se arriscando para fazer o certo. Imediatamente ela foi no quarto dos meninos para acordá-los. Abriu a porta com força e sacudiu primeiro o Augusto e depois o Lucas.
   -Vocês precisam acordar agora! Tive um sonho, e já perdemos muito tempo! Vamos colocar o nosso plano em ação agora, mesmo ele não estando pronto. O Olavo, vampiro, está em perigo, e precisamos ajudá-lo. Levantem e se arrumem rápido, no caminho eu conto tudo!- Ela deixou o quarto após gritar com eles. Pegou tudo de que precisava para executar o plano, se vestiu, comeu um pão, escreveu um bilhete para seu pai e deixou em cima da mesa da cozinha. 
   "Pai, durante essa noite tive um sonho, e sei que foi real. Temos um colega que está em perigo, por isso, nós já estamos de saída, e nosso plano vai acontecer, estando pronto ou não. Não se preocupe, temo quase tudo sob controle. Fique bem. Beijo."
   Quando os três estavam prontos, Manuela foi até o quarto de seu pai e deu um beijo na testa dele. Ela não queria demonstrar, mas estava com muito medo de não voltar a vê-lo. Não sabia o que ia acontecer na batalha que já havia começado, mas estava torcendo para tudo correr bem. E apesar de ter escrito no bilhete que tinha quase tudo sob controle, ela sabia que não tinha nada sob controle.
   Eles pegaram o carro do Augusto. Ele dirigiu muito rápido. Passou em sinais vermelhos, ultrapassou onde não podia, e chegou a dois quarteirões da clínica em trinta minutos. Ele estacionou o carro em uma vaga na rua. Os três andaram até a clínica, e quando chegaram em frente ao local, podiam ver fumaça saindo de dentro, e ouviam muita gritaria e sons de armas.
    Augusto foi o primeiro a entrar pelo pequeno portão dos fundos, em seguida Lucas e Manuela entraram. O pátio que antes tinha uma grama uniformemente aparada e belas flores, agora abrigava o caos. As mesas da praça de alimentação estavam em chamas em um canto do pátio, as janelas dos andares mais baixos estavam quebradas e haviam seringas caídas no chão. Cada um foi para onde combinaram ir. E o plano deles estava em prática...
   
   
   

4 de out. de 2013

A Última Herdeira: XVI


   A convivência entre os quatro foi ficando cada dia mais fácil e gostosa. Cada um era responsável por um serviço, pois Roberto trabalhava o dia inteiro, e não podia ficar arrumando a bagunça dos três. Manuela era responsável por cozinhar, arrumar a cozinha e manter tudo organizado. Lucas e Augusto limpavam o chão, o quintal, e quando eram obrigados, lavavam o banheiro.
   Eles ficaram por duas semanas desse jeito. Os planos deles exigia muita cautela, e estava ficando bem complexo. Mas quando essas duas semanas acabaram, o tempo que Manuela podia ficar em São Paulo tinha esgotado. Ela teve que ligar para seus pais e contar tudo para eles. E só depois de duas horas e meia de conversa, a garota conseguiu convence-los a deixarem-na ficar por um tempo indeterminado.
   Ela estava com muita saudade de sua família. Saudade de seu irmão mais novo, Gabriel, que sempre foi seu melhor amigo e confidente. Sentia saudade do carinho e da atenção que recebia de sua mãe Silvia, e das piadinhas de seu pai, Paulo. Mas ela estava amando conhecer seu pai legítimo, ouvir as histórias sobre a época em que ele e sua mãe namoravam. E estava amando passar um tempo a mais com Augusto e Lucas.
   Em uma noite, houve uma tempestade muito forte, e a luz acabou por volta de uma nove horas. Então, todos concordaram que o melhor era ir dormir. Durante a noite, a menina teve um sonho um tanto intrigante. Ela não estava no sonho, era como se estivesse espiando de algum lugar. O lugar era um cômodo pequeno, que cheirava a alho, as paredes eram marrons, e o lugar parecia minar sujeira. Reconheceu imediatamente que era a sala do diretor da clínica.
   "-Quantos chipes faltam ser implantados?- Perguntou o diretor. Um homem alto, magro, idoso, e com um rosto malicioso.
   -Três. Tem aquele menino, acho que se chama Olavo, ele é um vampiro. Ele está resistindo ao chipe. Como ele tem poder de regeneração, quando fazemos o corte, o corpo dele expele o chipe imediatamente.- Respondeu Patrícia.
   -Mas não é algo inevitável?
   -Não. Ele expele porque quer. Não sei se ele era amiguinho do Augusto e companhia, mas por algum motivo, ele não quer ser controlado por nós!
   -Nos filmes que as câmeras fizeram quando a Manuela e o Lucas estavam aqui, apareceu alguma vez o Olavo com eles?
   -Não. Ele sempre andou com os outros vampiros. Mas os outros não resistiram ao chipe, por isso que está estranho.
   -Tem certeza de que ele está sob o efeito do remedinho que colocamos nos sucos? 
   -Ele sempre toma suco no café da manhã. 
   Nesse instante, do walkie talkie de Patrícia começou sair a voz de um homem desesperado.
   -Patrícia, você precisa vir até o laboratório quatro! O Olavo está destruindo tudo aqui, venha depressa!- Ela e o diretor se olharam e saíram correndo para o laboratório quatro.
   A imagem começou a mudar, então o que Manuela estava vendo era o rosto de Vitória.
   -Isso o que você acabou de ver aconteceu de verdade. Eu estava na sala do diretor agora mesmo. O Olavo é um cara muito legal. Ele era meu amigo, e eu fiz com que o efeito do remédio não o atingisse, assim como fiz em você, no Lucas e em mim. Ele está do nosso lado, e precisa de ajuda...
   -Como você impedia o efeito do meu remédio?
   -Eu ensinei o Lucas durante um sonho, logo após minha morte, então ele começou a limpar o seu suco e o dele. É bem simples, mas isso não vem ao caso agora. Vocês precisam acelerar o ataque à clínica. Todos os pacientes já estão com o chipe, e estando com esse chipe, eles fazem tudo o que o diretor mandar. A guerra vai começar. Eles virão atrás de vocês, por isso precisam ser rápidos! Quando acharem o que tem dentro da caixa marrom, precisam destruí-la, e depois tentar tirar os chipes de dentro de todos. O tempo está acabando..."
   A bruxa acordou com um pulo. Ela estava suada e a chuva ainda estava bem forte. Foi até a cozinha beber um pouco de água para refrescar-se. A menina sabia que a guerra estava começando, e eles precisavam agir rápido. Olavo estava precisando de ajuda, e ela não queria um monte de pessoas com poderes estranhos atrás de seu pai...